quinta-feira, 26 de junho de 2008

Bel Baltar faz balanço da caminhada do feminismo


A segunda intervenção no Seminário foi da socióloga, professora da Unicamp/SP e pesquisadora do Núcleo de Estudos de População, Maria Isabel Baltar. Foi um balanço histórico e esclarecedor. Bel fez uma apresentação associando as comemorações dos 20 anos da Constituição Brasileira com a caminhada do movimento das mulheres e sua efetiva atuação nos de 1986, 1987 que antecederam a Assembléia Nacional Constituinte de 1988. Ela apontou os avanços, retrocessos e situou a presença de um ator que continua sendo um desafio para o feminismo: o pensamento da igreja católica que a época da Assembléia Constituinte, como hoje, já colocava sua interferência principalmente nas discussões sobre a descriminalização do aborto. A socióloga ressalta que no período houve acréscimos importantes para o feminismo, especialmente na campanha em defesa dos direitos das mulheres durante a Assembléia Constituinte, entre 1986 e 1988, mas nas questões dos direitos sexuais e reprodutivos ainda há muito para avançar, situando que quando a abordagem é a temática do aborto o movimento não conseguiu superar a barreira conservadora do Congresso.
Bel Baltar enfatiza que quando se fala em saúde da mulher e sua integralidade é preciso utilizar os instrumentos do controle social para que se exerça uma vigilância constante
. Nessa área, diz, falta mais esclarecimentos sobre a contracepção de emergência e a prática do aborto seguro como um direito de escolha da mulher.

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