quinta-feira, 26 de junho de 2008

O avanço das forças conservadoras é global




A intervenção da psicóloga Margareth Arilha, da Comissão de Cidadania e Reprodução, de São Paulo, no painel sobre o Panorama dos Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos das Mulheres na América Latina e no Caribe - os marcos de saúde integral das mulheres, deu continuidade ao pensamento das palestrantes que lhe antecederam. Mas antes de focar a temática, Arilha fez um manifesto de apreço à memória de Ruth Cardoso, lembrando a grande contribuição dada pela antropóloga ao movimento feminista do País. Ela situou que este é um ano de celebrações de concretizações importantes para o movimento das mulheres, tais como os 25 anos da implantação do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher - PAISM, os 20 anos da Assembléia Constituinte. Referenciais que definiram os anos 80 do século 20 como marco das políticas públicas, acentuou. Margareth Arilha destacou que foi a partir desta movimentação que a Rede Feminista de Saúde começou a se fortalecer para realmente se efetivar em 1991. Mas após este período efervescente do movimento feminista, ela vê hoje um momento de retrocesso não apenas no Brasil, mas, sim, no mundo inteiro. “É um fato global, a presença das forças conservadoras”, afirma. Para a psicóloga, urge se pensar em novas estratégias e de largo alcance para conter o avanço dos fundamentalistas sobre as conquistas no âmbito dos direitos sexuais e reprodutivos. "O desafio fundamental será reconstrução do campo de atuação das mulheres e buscar ações que não tenham caráter conformista", conclama.

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